Tristeza e Dor Na Perda de Um Amigo

                                                            Na foto, Eduardo e meu filho Delsinho Modesto

              No decurso desta vida, desde o momento que nos entendemos de gente e a respeito de tudo à nossa volta, que vamos tendo uma sensação estranha sobre as perdas de muitas pessoas que convivem ou conviveram com a gente. Isto na realidade, sempre doeu. Nunca deixou de ser doloroso se perder alguém. Até de pessoas que a gente sequer tem aproximação, quando se vai de vez, se pode ter essa sensação dantesca de perda.

            Perder ontem o meu amigo Eduardo, foi de uma tristeza incomensurável para mim. Doeu no meu coração. Venho perdendo muita gente conhecida, algumas mais próximas, outras nem tanto assim, mas nunca deixou de ser uma perda para mim, porque sei não voltar jamais.

             A dor maior, indescritível mesma, foi a perda de um pedaço de mim e sei que essa dor, posso viver o restante de vida que for, sei não vai passar de jeito nenhum. Perder um amigo dói também, mas não tanto quanto passar pela perda que tive em minha vida. Essa perda jamais terá reparo.

             Eduardo para mim foi um amigo que sempre teve o devido respeito para com a minha pessoa, era amigo de meus filhos e eu tinha uma certa devoção por ele mesmo e sua família, a esposa Valdênia, as filhas Maria Eduarda e Maria Clara, que as acompanhei de perto, quando de nossos encontros festivos.

            Não foi tão-somente uma questão de farra, que foram um bocado pelas quais a gente passou com outros amigos, mas Eduardo era um sujeito especial, às vezes até encrenqueiro quando se exaltava com a êxtase momentânea pelas quais passamos, mas pelo pai dedicado, preocupado com as filhas e sua esposa. Um dos momentos marcantes que passamos, foi uma visita num determinado domingo, que fizemos com Mané de Raul, Rilke Vieira e outro amigo que eles apelidaram de “Venta Rachada”, lá na região de Caraíbas em Arcoverde, fomos até um restaurante em torno de uma barragem, bem embaixo e na volta, o velho Monza de minha propriedade, faltou gasolina e eles tiveram que empurrar até chegar à vilazinha e lá conseguimos gasolina para chegar até à cidade de Arcoverde. Nunca esqueci desse dia. Depois só fizemos “zoeira”, porque foi isso que restou desses momentos. Nesses momentos a gente esquecia do mundo.

         Sempre foi um sujeito respeitoso. Gostava de me tratar de Doutor, principalmente quando íamos à Tupanatinga, sua terra natal, em que fazia questão com orgulho, de me apresentar às pessoas, aos amigos e, nos juntávamos e farrávamos pra valer. Muitas vezes a gente ia além dos limites, mas a vida por esses momentos que passamos, foi justamente o que deixou a marca daquilo de bom que juntos pudemos ter usufruído deste curto espaço de tempo vivido. Nada disso teria acontecido se ele não tivesse vivido.

                  Era um sujeito tranquilo, respeitoso e acima de tudo, um bom amigo que jamais será esquecido por mim, a exemplo de tantos outros que se foram e a gente, claro, se preparando e esperando a próxima estação para ver quem realmente será marcado para ter a sua descida, na última estação.

                 Amigo Eduardo, só tenho a dizer a você uma coisa, você sempre foi um amigo de fé, que mesmo na doença, tendo deixado de se anestesiar, mesmo assim pode se aguentar até o último e derradeiro arquejar até enrijecer para sempre e nunca mais voltar. Meu abraço, amigo!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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