Envergonha-me Essa Praxe Política!

               Ainda jovem imaginava como um sonhador, em mudar o mundo. Aprendi desde cedo a ser um questionador como bem ensinaram os filósofos gregos e a partir de então, a colocar tudo em dúvida como bem o fizeram René Descartes e Friedrich Nietzsche.

                O primeiro, porque numa pequena frase resumiu o seu ceticismo humano, ao dizer: “Penso, logo existo”, que apesar de pequena guarda grande dimensão filosófica. Quanto ao segundo, Ele acreditava que a ideia de céu era fruto de uma incapacidade de lidar com a vida no mundo. Nietzsche falava que o mundo é uma coisa toda conectada, incluindo o Homem e a natureza. Ele criou a ideia da “vontade de poder”. Nela, todos e tudo tentam se superar, derrotar ou se controlar.

         É nesse sentido filosófico de vida, que costumo fazer minhas colocações desde que passei a ter um entendimento de mundo e de tudo à minha volta, e a tudo questionar, porque quem não busca duvidar, viver no ceticismo enquanto humano, passou pela vida e nada aprendeu em termos de conhecimentos diante de um plano da realidade com a qual nos deparamos e muitos pelo visto, vivem num mundo de verdadeira transe, como se estivessem anestesiados na pequenez de visão de mundo no qual se limitaram a ver tudo como se fora fruto de um conto de fadas, de história da carochinha e, a partir de então, buscam visualizar de forma torpe, distorcida e longe de uma realidade tangível e palpável.

               Sinto-me extremamente envergonhado diante dos rumos que a política brasileira está tomando, se é que essa já teve algum direcionamento desde 1889, quando da implantação da república.

                   Na verdade do ponto de vista histórico e sociológico, a nossa sociedade realmente é algo “sui generis” a ser estudada, reestudada em maior grau e profundidade, porque pelo visto, somos o supra sumo do imbecilismo idiotizado por tanta gente alienada que mesmo diante de uma concretude científica ou de fatos reais, teimam em distorcer essa realidade como se tudo fosse produto do inversamente contrário ao que está provado e comprovado cientificamente, como a questão do terraplanismo ou do enviesamento do que é visceralmente mentira, que passam a ter como verdades reais naquilo em que muitos procuram dar a sua própria visão de um mundo ou de uma realidade que nunca existiu.

                  Politicamente venho percebendo, que apesar de não ser o dono uno da verdade, porque isto não existe, mas os que buscam jogar como verdadeiro numa crença milimetricamente orientada no sentido de distorcer a realidade das coisas e dos fatos, a conclusão que posso chegar é a de que, estamos realmente numa sociedade em que parcela da sociedade se zumbificou totalmente sob o comando de vozes dissonantes de tudo que aprendemos e nos dotamos de conhecimentos para discernir o certo do errado, o que é correto do incorreto, mas os rumos dados, nos deixa frustrados diante de tanta idiotice e imbecilização de uma massa que em transe, como se estivéssemos vivendo a história fictícia do Big Brother do escritor inglês, Aldous Huxley, que tinha uma voz de comando e um olho para todo um grupo social e quem discordasse ou não obedecesse, era impiedosamente eliminado. Será que é isso que estamos vivendo?

                Questão de interpretação?! – De visão de mundo?! – Poderia até ser, mas convenhamos, essa política praxista de sempre querer inverter os fatos para iludir uma sociedade anestesiada, é a pior praga que o Brasil já pode ter, talvez com dimensões maiores do que essa praga sanitarista secular do coronavírus, que apesar de estar ceifando a vida de milhares de pessoas, ainda assim, existem os que acreditam que os fatos não são dessa forma, mas o genocídio, inexoravelmente, continua em polvorosa tirando a vida de pessoas, humanas como quaisquer outras.

                  Por isso mesmo, nada mais me resta dentro de minha própria frustração de pouco ter feito pelo mundo, afinal, só era eu mesmo! – Que se pode fazer solitariamente para mudar uma prática danosa que existe desde que o mundo é mundo?, com essa praxe política anestesiante!, alienante e que muitos não buscam se desvencilharem para ver a verdadeira realidade da vida. Como a raposa, muita gente está só na tocaia para tirar proveito enquanto acreditar nessas verdades-mentiras e vice-versa.

                      Então que se dane o mundo! – Os idiotas! – Os imbecis e os sem noção!

Compartilhar:

Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

Conteúdo sugerido...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.