Pedro Júnior, o Colunista Vip de Arcoverde

Vim a conhecer Pedro Júnior desde a década de 70, nas dependências do Bar Arizona de Buíque, de propriedade de meu irmão Miltinho Modesto com quem fazia parceria na administração da atividade comercial de lazer, e não raras vezes, Pedro Júnior frequentava o nosso ambiente de trabalho com alguns de seus muitos amigos para se divertirem e beber à vontade.

Na verdade Pedro Júnior na época de ouro da Rádio AM Cardeal Arcoverde, que ele tinha um programa diário na referida emissora, que era focado mais na sociedade arcoverdense, principalmente os mais chic’s e foi o fundador e criador do jornal Gente In, que também era voltado para essa vertente de sociedade dita alta da cidade de Arcoverde e era benquisto e querido por todas as pessoas. Noutras épocas essa mesma sociedade veio a ser denominada de elite falida de Arcoverde.

Na verdade Pedro Júnior era da natural da cidade de Belo Jardim, mas ao se radicar em Arcoverde, fez desta a sua terra natal até quando num determinado dia veio prematuramente, a falecer por um infarto fulminante, em sua própria residência, enquanto tomava banho, vindo a deixar a Terra do Cardeal, socialmente bem menor, isso porque quem fazia as grandes festas, era o badalador da sociedade dita alta daquela época, era justamente o grande promoter da sociedade arcoverdense, Pedro Júnior.

À bem da verdade, esses eventos que muitos fazem hoje em dia para ganhar tão-somente dinheiro, quem deu início a promover tais espécies de eventos foi na realidade Pedro Júnior, que fazia não exclusivamente para ganhar o seu dinheiro ou para bajular a alta sociedade, que em muitas ocasiões ele era até debochador, mas a sua existência foi marcante nesses grandes eventos sociais arcoverdenses. Pedro Júnior foi uma marca em Arcoverde, porém nem uma foto sua a gente chega a encontrar no Google, o que é uma falta de consideração a essa figura que foi tão importante para a sociedade arcoverdense.

É lamentável que Pedro Júnior, que foi muito chegado à família dos “Bradleys”, não tenha sequer recebido uma mínima homenagem em Arcoverde, porque na verdade seria devidamente bem merecida pelo que ele fez justamente pela alta sociedade de Arcoverde, elevando e ensinando até bons modos de conduta dessa claque social, sobretudo os novos ricos, que sequer sabiam se comportar em determinados lugares e o termo “gente in”, ele se referia ao refinamento social de pessoas importantes, destacadas e em evidência no meio em que viviam.

O que também percebia em Pedro Júnior, era o fato de que ele foi uma pessoa que sempre estava na dele, apesar de ser homossexual, porém sempre se mantinha discreto e respeitoso para com todas as pessoas, daí que, uma homenagem pelo povo de Arcoverde, com certeza seria bem merecida, é o que imagino, porque a bondade das pessoas não está no seu jeito de ser, mas sim, naquilo que representa do fundo de seu coração.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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