O Minúsculo Invisível que Não Pede Licença para Matar

         Independentemente de origem social, cor da pele, opção política ou religiosa, comportamento de vida em pleno Século XXI, o Covid-19 ou coronavírus, não pede licença para matar. Aparece do nada! – Vem sorrateiramente e não escolhe a presa fácil para se apoderar e, de acordo com o organismo humano de cada pessoa, fulmina a vida de cada um silenciosa e impiedosamente, ceifando cada vida por asfixia dolorosa até o último suspirar. Estamos num filme de horror, ou vivendo um pesadelo num mundo surrealista.

         É assim o roteiro de mortes e mais mortes não anunciadas ou previamente de conhecimento de muitos, sem que se tenha tomado as devidas providências. Com isso o mundo está acumulando cadáveres de muitas pessoas. Leitos hospitalares lotados e a pandemia finalmente, veio a dominar o Planeta por ninguém sabe quanto tempo. Estudos científicos vem sendo desenvolvidos, porém ninguém sabe quando vai surgir um remédio ou um antídoto para exterminar ou controlar esse invisível mal que mata sem dó nem piedade e não escolhe a quem.

         Em maior ou menor grau, o mundo foi afetado. Alguns países tomaram as devidas precauções e providências recomendadas pelos organismos mundiais de saúde, porém alguns relaxaram nas medidas por conta de politicagem barata excludente, e pensando mais na riqueza de uma minoria que domina o mundo e, as consequências tem sido trágicas, a exemplo do Brasil.

         Só para se ter uma ideia do descaso do governante brasileiro, que antes de ter como ideia fixa em sua massa encefálica do tamanho de um caroço de feijão, vive mais focado no seu castelo do Planalto, em aplicar mais um golpe militar, quando deveria estar usando de sua representatividade como autoridade número um do Brasil, para cuidar do combate a essa pandemia e de seu povo, porém não é isso que vem acontecendo desde os primeiros indícios da chegada do mal ao nosso país.

         Veja o descaso do presidente no trato com a doença logo quando inicialmente chegou ao nosso país. Primeiramente ele disse que o “coronavírus era uma invenção da imprensa”; na primeira morte, ele opinou, “é uma gripezinha”: quando chegaram às dez primeiras mortes, ele disse: “tenho histórico de atleta” (como se só ele tivesse vida); 100 mortes: “vão morrer alguns idosos!” (o vírus não escolhe idade); 1.000 mortes, “não sou coveiro”; 10 mil mortes: “E daí?” (quê menosprezo para a vida!); 20 mil mortes: “A culpa é dos governadores e prefeitos” (tomaram a frente por falta de presidente) e por último, com o aumento de mortes a cada dia num crescendo incontrolável, com 35 mil mortes, ele veio com a pérola de que, “Vamos esconder número de mortos” (num momento de gravida, como esconder fatos?). Essa é a cronologia da morte na visão de um presidente psicopata que está governando nosso país. Até quando se o povo brasileiro vai ter que aturar um presidente dessa natureza?

         Estamos vivendo a pandemia invisível chegando a qualquer pessoa, não escolhendo quem e um presidente da república, antes de tomar e estar focado na doença buscando soluções, liderando junto a governadores, prefeitos e população uma solução para esse perigoso mal, no entretanto o que faz, é zombar da vida de seu povo como se cada uma delas nada valesse, como se a vida não importasse! – Que governante, sem o meu voto, elegeram para este país? – Um governante que trata seu povo com descaso, transgride recomendações dos organismos de saúde pública mundial, ameaça seguir os mesmos passos de Donald Trump, de quem é um mero “cachorrinho de balaio”, que no dia 05.06.2020, numa sexta-feira, afirmou que, “se tivesse agido como fizeram os brasileiros, seria até 2,5 milhões de mortos a mais no país”, emendando mais para o seu limpa-botas, “que o Brasil não soube cuidar do coronavírus”. Toma babão e lambe-botas de outro facínora que governa sem legitimidade àquele império!

         Na verdade, a exemplo de Bolsonaro, ele também fez descaso da doença, colocando os Estados Unidos em primeiro lugar em número de mortandade e de pessoas contaminadas, isso porque capitalista como é sua marca principal, antes de se preocupar com o povo, seu foco principal sempre esteve mais voltado para a economia, e essa atitude, essa omissão foi o principal vetor para a disseminação em massa da doença naquele império. O presidente brasileiro, seu “cachorrinho de balaio”, pensando mais num golpe de estado que pretende aplicar na democracia, e no milagre do princípio ativo do medicamento feito à base de cloroquina (hidroxicloroquina), sem a devida comprovação científica de sua eficácia, que antes de curar pode acelerar a morte de pacientes, não tomou as devidas providências, ficando essas por conta dos governadores estaduais e dos prefeitos municipais, sem os quais, a situação brasileira seria bem piorada. Agora, “no quanto pior, melhor”, a culpa é de governadores e prefeitos, na visão do psicopata presidente, que na realidade, o que fez foi demitir um ministro de saúde que estava combatendo a pandemia, seguindo as recomendações das instituições, dos organismos mundiais de saúde, e dos estudos científicos, como manda o protocolo em circunstâncias como as que estamos vivenciando.

         A situação brasileira apresentada hoje, é cada vez mais preocupante, com números de 691.962 casos confirmados, 302.084 recuperados e 36.499 mortes, com mais de mil mortes num curto espaço de 24 horas. Diante desse estado de calamidade pública que se apresenta no Brasil, o presidente vem com essa de esconder os números, no intuito de que a situação brasileira no plano econômico e social, não ficar ainda mais piorada, não pensando ele nas vidas que estão indo para nunca mais voltar, mas sim, num projeto político nazifascista que pretende implantar em nosso país e, o pior de tudo, é que existem alguns fanáticos que entre a vida e o pior vírus deste país, preferem escolher e acreditar nesse títere que foi eleito presidente de um país que não merecia um energúmeno dirigindo os destinos desta Nação.

         A posição brasileira nesse ranking macabro no mundo, é de 4º colocado e 1º na América Latina. Como o Brasil tem a mania de sempre ser o primeiro em todas as modalidades de fatos e coisas existentes no mundo, poderá vir a se tornar no primeiro lugar em mortandade pelo coronavírus, e isso com o velado descaso presidencial, que está mais preocupado em seu projeto político de se manter no poder a qualquer custo, mesmo aplicando um golpe militar e quebrar mais uma vez a continuidade democrática conquistada à duras penas pela luta incansável de muitos brasileiros e isso, ninguém de bom senso pode de forma alguma admitir. Mas na visão cega desse pessoal do Chaves, como “Deus é brasileiro”, com certeza descerá lá de onde estiver para curar todos os infectados e evitar esse avassalador e crescente número de mortes em nosso país.

         Por isso mesmo, busca fazer um governo militarizado, onde a saúde pública está nas mãos de um general que nada entende de sanitarismo, muito menos de doenças epidêmicas e ao invés de buscar junto com governadores, prefeitos e povo uma solução para a atual gravidade em que nos encontramos, prefere ir de helicóptero para a Avenida Paulista, em São Paulo, hipotecar solidariedade a apoiadores do fascismo num momento inoportuno, em que o combate à esse grande mal, deveria ser a sua preocupação prioritária, mas faz questão de ir na contramão de uma realidade macabra e dantesca, que a cada dia está tirando mais de mil vidas.

         Com o seu glossário macabro de acompanhamento dessa doença, na realidade ele só vem a demonstrar o descaso com que vem tratando o Brasil e o seu povo, que por questão de densidade demográfica, em sua tosca visão, merece mesmo é morrer, principalmente só for da classe pobre e desassistida, e também quem agir e pensar diferentemente dele, porque o seu projeto de ser Hitler ele não tira da cabeça de massa encefálica do tamanho de um grão de feijão. Por isso mesmo, a tática criminosa e devidamente usada por ele no momento atual, é o de esconder o número de contaminados e de mortes pelo coronavírus, o que contrária a busca de medidas sanitarista e científicas, de dados para melhor se situar no combate sem tréguas ao coronavírus, que está a cargo de médicos, enfermeiros, auxiliares de limpeza e todas as pessoas envolvidas que estão de frente com esse minúsculo invisível, no ferrenho combate para tentar salvar mais uma vida.

         Eles sim, são os nossos verdadeiros heróis, a quem devemos render as nossas homenagens e solidariedade para quem, a pretexto de tentar salvar vidas, vieram a perder as suas próprias. Solidarizamo-nos também, pelas várias famílias que perderam um ente querido, sem nenhum recado, sem que pudesse cuidar devidamente da vida de cada um ou sequer ter o direito de acompanhar mais um sepultamento por conta desse monstrengo letal e invisível.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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