As Reformas e o Servidor Público
Os golpistas e coveiros do Brasil, quando a dívida interna está ao extremo do inimaginável, sempre buscam colocar a culpa de parte de toda traquinagem que praticam, no servidor público, sobretudo, no pequeno, porque naquele que aufere proventos altamente polpudos, esses sequer fazem referência, como da mesma forma, deles próprios, os políticos. São uns tremendos maus-caráteres, imorais e coveiros de nossa Nação, junto com uma grande parcela covade de nossa população.
Claro que existem servidores públicos que jamais deveriam estar ocupando determinados cargos, de tão incompetentes e mal-educados que são, mas para isso, existe o processo administrativo, previsto no próprio estatuto de cada categoria do mais alto ao mais baixo servidor, além da justiça, que se acionada, o indivíduo poderá vir a perder a sua função ou até mesmo, demitido.
Não fui propriamente servidor público. Apenas um bancário de uma instituição financeira de economia mista, em que o estado mantinha 99.9% das ações, o BANDEPE, que se imagina estabilizado, de tanto que vinha crescendo e aumentando o seu ativo horizontalmente, para atender pedidos de políticos e abrir agências em lugares que sequer tinha condições de manter um postinho de agência bancária. Também os políticos de cada ocasião, não deixavam por menos e sempre pegavam uma boquinha para colocar pela janela os seus apadrinhados, mesmo que o Regimento Interno do Banco não permitisse isso.
Foi a partir de 1975, quando prestei o primeiro concurso público, foi para esse banco e fui classificado em 119 lugar em todo o Estado de Pernambuco e o primeiro a passar num concurso público em minha terra, Buíque. Foi meu primeiro concurso. Fui nomeado em 11.11.1975, lotado na agência 33, Buíque, porém com a ganância política, o banco em que pouco depois vim a ser nomeado, já contava com mais de cem agências e, com pouco tempo mais, em quase toda cidade do estado tinha uma agência do banco, além de outros Estados, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, entre outros. A linha do banco era o desenvolvimento do Estado de Pernambuco, então, qual interesse em manter agência deficitárias em outros lugares? – Como manter agências com um grande número de funcionários, em lugares que sequer existia condições de se manter um banco de praça?
Indo mais além, fiz mais 02 (dois) concursos internos no Banco, um para Chefe de Carteira Rural (depois de Desenvolvimento) e, depois, para Gerente Geral de Agência, que exigia a preparação através de um curso de formação, em Recife. Fiz o curso durante uns 06 (seis) meses, tirei em primeiro lugar, para, no final, umas psicólogas babacas, virem com a esfarrapada desculpa de que eu não tinha perfil gerencial. Ora, se eu já trabalhava numa carteira de crédito que era praticamente uma gerência, como não ter perfil gerencial? – Na verdade, a questão era política, porque eu não atendia pleitos políticos que não estivessem dentro das normas do banco e das exigências de determinados programas de desenvolvimento, e por isso mesmo, apesar de ter ficado em primeiro lugar, não assumi, para, logo depois, vir a ser demitido, juntamente com mais de 2 mil famílias, em 14.10.1991, no governo de Joaquim Francisco, quando veio a fechar cerca de 90 (noventa) agências da instituição e mesmo assim, com as dívidas feitas a políticos não pagas, o banco quebrou, foi liquidado pelo Banco Central e tempo depois, no governo de Eduardo Campos, que prometeu de forma eleitoreira e enganosa, em suas campanhas, que ia reabrir o Banco, o vendeu à troco de bananas para o capital internacional.
O que quero deixar claro, é o fato de que, não é o servidor público concursado, que quebra o serviço público ou suas instituições, mas sim, a má gestão, o uso político indevido pelos políticos de plantão e os altos salários ou subsídios que políticos, agentes políticos e empregados de alto escalão, recebem, esta é a verdade, percebem mensalmente, além do uso indevido de verbas dessas instituições através de várias modalidade de fraudes.
Dizer que a culpa do déficit público interno é de servidor público, é a mais pura e esfarrapada palhaçada desse governo atual, para tirar mais direitos de servidores e chegar a demiti-los quando bem entender e quiserem, até por questões políticas. Assim como não fui nomeado gerente por questões políticas, quantos servidores públicos não seriam vítimas nas mãos desses picaretas que temos que olhar na cara deles todos os dias, quando a bem da verdade, o que cada um deles merecia de verdade, era apodrecerem numa masmorra, ou virem a ser degolados numa guilhotina, esta é a verdade nua e crua, seus “félas” de umas putas!