Abra os Olhos e Resgate o Humano Adormecido…
*Hémerson Modesto
O desenvolvimento industrial que apareceu como a solução dos problemas humanos propagando revoluções tecnológicas, facilitações e comodidades, quando em seu princípio se mostrando como uma instituição capaz de consolidar os anseios humanistas da época. Hoje depois de quase três séculos de proliferação, necessário se faz reavaliar e procurar se envolver mais profundamente com esse tentáculo capitalista para procurar entender se os benefícios advindos desse progresso realmente compensam as sequelas sofridas pelo seres humanos que muitas vezes nos apresentam como seres metamórficos, ou seja, próprias bestas feras travestidas de hominídeos.
O homem pós-moderno é um sofredor nato, sendo fruto desse processo industrial que dissemina a fome consumista, onde a felicidade e o prazer estão associados ao seu poder de consumo fazendo que o ser viva plenamente para obter bens na sua maioria supérfluos, por isso é preciso trabalhar cada vez mais para ostentar um padrão de vida muitas vezes não condizente com sua realidade e até com sua tradição, mas a americanização cultural é o que importa as diferenças sócio-cultarais que individualizam um povo e temperam os nossos conhecimentos alimentando as nossas imaginações está perdendo o lugar, pois o que interessa é a homogeneização das sociedades é preciso ter um só padrão de beleza, um só gosto, uma só concepção a respeito do que realmente necessitamos, então sofre o amplo consumidor que nunca está saciado com seu consumismo desenfreado e sofre o médio e pequeno consumidor que quer se inserir nesse processo, dessa forma somos presas fáceis dos grandes burgueses capitalistas industriais.
É nesse contexto que surgem as paranoias modernas e suas vertentes psíquicas e fóbicas, a alucinação de consumir progressivamente acabou personalizando os objetos ao ponto de se viver obsessivamente em função de adquiri-los, muitas vezes se atolando em dívidas,ou não importando a licitude dos meios para alcançar o intento, nossa sociedade vive uma progressiva inversão de valores, enquanto ao nosso derredor existem várias pessoas marginalizadas,completamente excluídas do processo produtivo e consumista, precisando saciar suas necessidades vitais e essenciais para tocar sua “videla”de uma forma humana digna, fazemos vista grossa, pois o humano é “objetizado”e o que subjetivamente precisa de nossos carinhos e apoio fraternal são nossos bens personalizados, o homem moderno perdeu a sensibilidade que possibilita o acesso ao bem maior que nos foi concedido pelo criador: O AMOR…
*Hémerson Modesto, é filho de Manoel Modesto, falecido de forma trágica há um ano. Matéria em sua homenagem de sua autoria.