A Meu Filho Com Carinho

Nunca fui de abandonar um filho meu. Lutei como um leão furioso para vê-los nascerem, crescerem e se tornaram em homens e mulher de bem e foi nisso que realmente se transmutaram.

O que não poderia contar ou prever de forma alguma, era antes mesmo de minha ida derradeira, vir a ver a partida de forma trágica e inexplicável de um deles, o meu Hémerson Modesto, carinhosamente tratado de “Mecinho”, porque era um cidadão de bem, um guerreiro de todas as horas, um pacificar e um fazedor de amigos, por isso mesmo era uma pessoa querida e benquista pela pessoas por todos os lugares por onde passou.

A vida para comigo foi cruel, ingrata, insensata e não mediu as consequências de uma tragédia em levar o meu querido e amado filho antes mesmo de minha ida, porque a próxima estação na linhagem biológica e familiar, com certeza deveria ser a minha e não a dele, porque ele ainda tinha muitas estações para no trem da vida ainda andar, porém isso infelizmente não aconteceu.

Nada mais a fazer. Por mais que o chame ele não me responde; por mais que padeça de dor, de tristeza, de choros inconsoláveis, mesmo assim ele jamais voltará, porque é desse jeito que é o trajeto da vida, e nesse percurso algo inesperado pode acontecer e o sujeito vir a descer para sempre antes da estação derradeira, foi isso que aconteceu com o meu amantíssimo filho, “Mecinho”, que se foi para nunca mais voltar.

O que me consola no momento é o fato de que, forças tenho que concentrar em minhas mãos, em meu coração, para pelo menos vir a lhe prestar alguma homenagem, mesmo depois que ele de nada saiba ou veja, mas para mim, o bastante é tê-lo dentro de mim como alguém que nunca saiu de meu coração e prestar uma homenagem, como numa lembrança de seu nome “post mortem”, para mim não é o bastante, mas é algo que vem a engrandecer a minha alma e ocupar mais um espaço em meu coração, ao se fazer na morte o que não cheguei a fazer em vida. Pode nada valer, mas é algo que meu coração pede.

Claro e evidente que em vida, o que se puder fazer, então que se faça, mas em não fazendo, que se proceda depois, mesmo na morte, nessa teratológica faceta sem luz, mesmo assim vem em parte a nos consolar a dor, a tristeza e o sofrimento de perda.

Por isso mesmo, meus agradecimentos ao vereador Dodó, que subscreveu um projeto de lei para denominação de seu nome num logradouro público do Município de Buíque, o Centro de Educação Infantil, próximo ao SESC-LER Buíque e à ETE Cyl Gallindo, no Bairro Frei Damião, em que seu nome ali ficará grafado para ser lembrado e eternizado por muitos que não chegaram a conhecer de verdade quem foi o ser, o cidadão, o humanista, o homem sério, honrado e honesto, meu querido filho, HÉMERSON GOUVEIA MODESTO DE ALBUQUERQUE.

Agradeço aos senhores vereadores de coração pela condição de terem por unanimidade votado e subscrito o projeto do decano vereador Dodó, o que só vem a confirmar a importância que meu filho tinha para esta nossa terra. Meus sinceros agradecimentos a todos e todas!

Sei que muitas coisas a gente deixa de fazer para alguém que amamos e, quando queremos fazer, talvez não mais consigamos, por isso mesmo, é que mesmo que já se tenha ido para sempre, ainda assim no meu coração ele viverá enquanto vida tiver e por isso mesmo é que a tudo faço com amor e com carinho para meu querido e amado filho.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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