A vida que o tempo trouxe
Um pé de pau eucalipto
Dançava detrás da igreja
Tinha umas casa colorida
Tudo enfeitada de estrela
Nas brecha das porta eu via
As curiosa brechando.
Um casal que proseava
Com as mãozinha se enroscando.
À noite a rua tá cheia!
Fulana de seu alguém…
Tava cum safadeza
Cum o fi de zé ninguém.
Enquanto isso, oxente!
Na casa dos inteligente:
As sala cheia de burro
Querendo aprender a ser gente.
E eu, no beirá da carçada
Esperando a muié vim da igreja.
A bicha é quase beata!
E eu sou chegado em cachaça!
Mas hoje, tô só na cerveja.
Dormi e vi sorrateiro
A parêia de cangaceiro.
Jararaca e candeeiro!
Vieram pegar um dinheiro
A mando de Lampião.
Tá! Duvido alguém dizer não!
É moeda e munição
Pra estrada de São Benedito,
Onde o resto dos menino
Esperam com as arma na mão.
Luís de França Monteiro
Pousava pra fotografia.
Envolto de toda famía
No batentão da carçada.
Acordei, vixe! qué isso?
Mirei meus olhos na praça.
Sebastião França e sua pasta
Passava num desembesto…
Dixe: Homem, já tais bebo?
E adormeci novamente…
No sonho vi Graciliano.
Magrin que ném passarin
Eu dixe: vem cá seu menino!
E ele, em finura: Sim?
Se lembre de mim no seu livro!
Mas, num quero papé de mendigo!
Pois, viajo no tempo a sonhar,
E já te vi bem pra lá…
No auge do teu brilhantismo.
E digo que os teus fantasmas
São fracos na assombração!
Tu vai assombrar nas palavras,
E eu na imaginação.
Abri os olhos e viva!
Da missa, a muié chegou.
Subimo a carroça e a vida…
O tempo que a trouxe, a levou.
Autor: Paulo César Barmonte