A Política de Buíque é Uma Moeda da Mesma Face

          Essa questão da política buiquense, como de muitos outros municípios, não é de hoje. Tanto um lado da moeda, quanto o outro, só quer mesmo tirar proveitos e benefícios próprios, e o município sempre no eterno atraso e ninguém disso se dá conta. Resta saber até quando isso vai perdurar. Saúde, educação e investimentos sociais, só fazem a fachada parecer bem asseada, mas o que ninguém olha ou faz de conta que não vê, é o que está por baixo do tapete.

         Ora, os “representantes” do povo, sobretudo quem vem a ocupar mandatos eletivos de cargos do executivo, parece com uma mesma moeda, em que ora a bola da vez é a cara, noutra mais adiante, a coroa toma o lugar da cara e esta volta a ser coroa.

         Nesse revezamento nada de ideias novas aparecem, porque se nessa mesma moeda, símbolo de uma política polarizada em que ficam se revezando dois grupos, há de se indagar, a quem na realidade estão servindo, ao povo, que inocente ou maldosamente mesmo mercancia o voto por vingança, por não ter posição política ou por não dar valor ao poder do voto e por isso mesmo, vende por trinta moedas seja lá quem for a bola da moeda, se cara ou coroa, da vez. Daí tem político que acumula vários mandatos, mas enganosamente passam a ideia de que foi por mérito, mas a verdade é que o buraco é mais embaixo. O povo dever voltar o olhar para o verso e reverso dessa moeda.

         E nessa cantilena percorrendo caminhos de uma política colonialista, de capitanias hereditárias, como se fora direito sucessório de bens particulares, o povo na sua vã ignorância e burrice, vai dando vez sempre a um desses lados, como se existissem somente eles, quando numa população de quase sessenta mil habitantes, como se focar numa política de revezamento de uma mesma moeda, hein?

         Ao longo do tempo sempre vem sendo desse jeito. Resta indagar até quando essa política de só tirarem vantagem, recuperarem quando são a cara da moeda, o que perderam quando eram a cora e querem tornar Buíque só mais uma capitania hereditária para continuarem mamando secularmente das tetas do poder e isso é extremamente nocivo e reprovável.

         Não dá para entender esse tipo de política em que quem passa para o outro lado da moeda, com sede no pote, quando se torna a cara da vez, enrola esse povo ignóbil e quer se perpetuar para sempre no poder e tirando o que bem podem e querem desse povo, fazendo do que é público a casa da “mãe joana” particular e usufruem de tudo, usando todos os métodos ilegais possíveis para se apropriarem indebitamente daquilo que é do povo, apenas fazenda hábeis máscaras de legalidade, quando na verdade, todo mundo sabe de cor e salteado, ao pé da letra o que de fato ocorre na condução de uma máquina administrativa como a de Buíque, em que só o orçamento de alguns secretarias são bem maiores do que as LOAS de muitos municípios pequenos dos 5.570 municípios do Brasil.

         Só resta saber quando é que esse povo vai se dar conta de que essa mesma moeda que vive se revezando no poder, tem que ser varrida de uma vez por todas do mapa político buiquense, porque uma das coisas que esse povo nunca se deu conta, e isso é coisa antiga, é a de que, diziam os mais velhos, muitos que já se foram, de que Buíque é como a cantiga da perua: “de pior a pior”.

         Mesmo que seja devagarinho, nossa população tem que tomar ciência de que essa política de capitanias hereditárias, da Casa Grande e da Senzala, de senhorios, de pajens, tem que ter um fim e oportunidades para pessoas diferentes, com ideais inovadores e intenções diferenciadas, tem que vir a ser oportunizadas, senão nunca se vai sair desse atoleiro político do qual pelo visto nunca saiu e ninguém sabe até quando essa forma predatória de se fazer política vai continuar.

         Buíque, falta de alerta nunca deixou de existir. Resta saber até quando esse povo vai perceber que sempre foi enganado por esses mandantes do poder em que sempre vão figurar cara e coroa de uma mesma moeda. Essa política de lambe-botas, de puxa-saquismo, de ser moleque de recados, de se fincar na cozinha de certos políticos, isso tem que acabar! – Cai na real, Buíque! – Cria vergonha na cara de vez, povo buiquense!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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