A Necropolítica Adotada no Governo Bolsonaro

            Filosoficamente falando, o conceito de necropolítica, é uma referência ao uso do poder social e político, para “decretar como algumas pessoas podem viver e outras devem morrer; ou seja, na distribuição desigual da oportunidade de viver e morrer no sistema capitalista atual.

          É dessa forma a adoção de política pública pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, que por um aborto, se tornou presidente do Brasil. Basta observar o que está vindo ao conhecimento público, o que realmente ele diz num linguajar simples, populista e o que está embutido por trás da redoma do poder na adoção de políticas públicas, em que se prioriza a economia, o capital, em detrimento da vida e das carências das populações pobres de nossa sociedade.

          Não precisa ninguém dizer absolutamente nada a ninguém. Basta observar as políticas públicas adotadas, sobretudo na condução da saúde nesse adverso surto pandêmico que já vai chegando a ceifar a vida de mais de meio milhão de brasileiros e pior é o fato de que, 70% das pessoas que estão morrendo pertencem à classe pobre, embora a covid-19 não escolha idade, padrão de vida, cor da pela e opção de vida de ninguém. Nesse mister, a questão a ser levada em consideração, é o fato de que, a população pobre se submete ao precário sistema público de saúde, o SUS, enquanto o rico, embora corra o mesmo risco de morrer que o pobre, pode em nosocômios dos mais caros e luxuosos que o dinheiro pode comprar, porém ainda assim, se a doença se agravar, o dinheiro sequer pode lhes salvar a vida. Evidentemente que um tratamento recebido num hospital privado luxuoso, é diametralmente oposto ao que se recebe num nosocômio público.

          Diante dessa política adotada pelo atual governante em valorizar mais a economia e menos a vida, a saúde, a educação e melhorias sociais, quem está mesmo morrendo é a população pobre, isto por falta de assistência. Até mesmo uma política de saúde suicida implantada por um tal de gabinete paralelo ao Ministério da Saúde, era quem estava dando ou continua firmando, as políticas de meios profiláticos de cuidados da pandemia, contrariando o cientifismo, com um receituário de princípios medicamentosos duvidosos e sem eficácia cientificamente comprovada e pior, descartando justamente o que poderia salvar vidas, que era justamente a vacinação em massa, que se tomadas as providências em tempo hábil, não estaríamos na casa de quase meio milhão de mortes.

          Está mais do que comprovado, que com a orientação desse gabinete das sombras criado em 2020, em que negavam a ciência, queriam implementar a imunização de rebanho, justamente para que a economia não viesse a ruir, o que viria a matar mais pessoas. Essa foi a necropolítica adotada pelo governo Bolsonaro, uma política genocida, criminosa e que merece que responsabilidades sejam apontadas e cada um deles paguem pelos crimes que dolosa e comissivamente vieram a cometer.

          No caso brasileiro, não se trata de omissão, mas de ação deliberada pelo Gabinete das Sombras, para justamente adotar a política da morte e, via de consequência, ao negar a aplicação da vacina em massa, chegamos a esse avassalador número de pessoas mortas em nosso país, o que é deveras lamentável, incompreensível e se trata sim, de crime de genocídio.

Compartilhar:

Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

Conteúdo sugerido...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.