Tarde de Domingo de Dor e Tristeza

Num domingo qualquer ao mortificar do dia

Estando no meu instrospecto imaginário

Fazia eu uma viagem

Perdido nos meus devaneios

Num mundo incerto e vadio.

 

Olhava bem para dentro

Fitando meu alquebrado coração

E a tristeza profunda a me dominar

Sem ter alguém que pudesse

Ao menos cantar uma bela canção

Na moda daquelas canções de ninar.

 

Sentia que tudo estava insano!

Pavoroso, doloroso, calafrios em meu corpo!

Para quem já se encontra no ocaso da vida

Sem mais ter o que mais sonhar!

Não mais viver num mundo de colosso!

Somente no abandono da pequenez ajoelhada

Invadido pela imensidão da tristeza

De um coração dilacerado e carcomido

Por entender que nada na vida fez sentido!

 

A realidade da vida real é sôfrega e estonteante!

Ah!, se fosse tão-somente isso?

Clamo por amor de uma amante

Mas agora até o amor está distante!

Os sonhos se foram

Apesar daquela criança dantes

Ainda viver dentro de mim!

 

Não há mais nada a se vislumbrar

O alvorecer da manhã se foi de repente

Sonhos do passado na alma a soçobrar

O coração de quem na vida talvez não soube amar

Mas que foi insistente, amei, fui amado

Mas também, rejeitado, repugnado e odiado…

Quem viveu, sabe que é assim.

 

Oh! – Vida inglória, dura e insólita!

Esqueceste de vez da minha existência

No entardecer tudo se esvaiu e se foi

Depois de muitas inglórias lutas

Tudo fruiu e no final de tudo

Acabou-se do nada a pureza

De toda a essência de uma dura existência

Mas jamais me quedarei para a penitência

Porque só os fracos se valem desta

E no final de tudo só o NADA nos espera!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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