Tarde de Domingo de Dor e Tristeza
Num domingo qualquer ao mortificar do dia
Estando no meu instrospecto imaginário
Fazia eu uma viagem
Perdido nos meus devaneios
Num mundo incerto e vadio.
Olhava bem para dentro
Fitando meu alquebrado coração
E a tristeza profunda a me dominar
Sem ter alguém que pudesse
Ao menos cantar uma bela canção
Na moda daquelas canções de ninar.
Sentia que tudo estava insano!
Pavoroso, doloroso, calafrios em meu corpo!
Para quem já se encontra no ocaso da vida
Sem mais ter o que mais sonhar!
Não mais viver num mundo de colosso!
Somente no abandono da pequenez ajoelhada
Invadido pela imensidão da tristeza
De um coração dilacerado e carcomido
Por entender que nada na vida fez sentido!
A realidade da vida real é sôfrega e estonteante!
Ah!, se fosse tão-somente isso?
Clamo por amor de uma amante
Mas agora até o amor está distante!
Os sonhos se foram
Apesar daquela criança dantes
Ainda viver dentro de mim!
Não há mais nada a se vislumbrar
O alvorecer da manhã se foi de repente
Sonhos do passado na alma a soçobrar
O coração de quem na vida talvez não soube amar
Mas que foi insistente, amei, fui amado
Mas também, rejeitado, repugnado e odiado…
Quem viveu, sabe que é assim.
Oh! – Vida inglória, dura e insólita!
Esqueceste de vez da minha existência
No entardecer tudo se esvaiu e se foi
Depois de muitas inglórias lutas
Tudo fruiu e no final de tudo
Acabou-se do nada a pureza
De toda a essência de uma dura existência
Mas jamais me quedarei para a penitência
Porque só os fracos se valem desta
E no final de tudo só o NADA nos espera!