Ministério Público Desmoralizado

           Infelizmente a Constituição Federal de 1988, delegou muitos poderes ao Ministério Público, a ponto de este vir a se considerar num quarto poder da república, o que é deveras esdrúxulo, porque o papel preponderante desse poder é justamente representar o estado política e juridicamente organizado, como autor de ações públicas, quando fogem da alçada privada, porém não tem o poder de tentar mudar a legislação ou tomar iniciativas ou tentar mudar o regramento jurisdicional ao seu bel prazer.

         Dentro da realidade que estamos vivenciando no momento atual, não é bem assim que os fatos vêm acontecendo nessa instituição, quando quer impor as suas vontades e ser a palmatória do mundo no sistema organizacional jurídico brasileiro. Isto se vem sentindo com mais intensidade, a partir do momento em que esse órgão da república, a partir de 2014, quando logo teve início a Lava Jato, que a pretexto de combater a corrupção no país com a concupiscência de políticos, instituições, a iniciativa privada e todo um conluio de forças obscuras que atuam nas sombras da ganância e de poder deste país, veio em seu decurso, a tomar rumos estranhos e reprováveis.

         Esse raquítico movimento lavajatista, que se iniciou já nos fins do ano de 2013, com o doleiro Alberto Youssef, empresário brasileiro com envolvimento com o escândalo do Banestado, no Paraná, que foi batizada como Operação Lava Jato e, a partir de então tendo o desconhecido Sérgio Moro, ex-juiz federal de Curitiba, que a partir de então, fez essa ligação à Petrobrás e a questão mais intrigante, foi a de que, tendo observado que, com o poder que foi concentrando em suas mãos, em conluio com a Procuradoria Federal, à frente o procurador Deltan Dallagnol, essa operação agigantou-se a tal ponto, de ditar as suas próprias regras, agindo fora da lei e a investigar, acusar, denunciar inocentes, cerceando as suas liberdades de irem e virem livremente para que, com isso fizessem delações premiados em momentos de se encontrarem abalados, fragilizados psiquicamente por fortes emoções, viessem a delatar a quem viesse a ser culpado ou inocente. Nesse mister, pouco importava, porque rumos estranhos estavam sendo dados à essa operação.

        Foi então que a operação antes de ser um instrumento de combate à corrupção ligadas à Petrobrás, passou a ser um joguete nas mãos do então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, que inescrupulosamente politizaram a operação, e com isso, muitos danos e prejuízos foram causados ao país e a pessoas físicas e jurídicas, por conta de uma operação investigativa que terminou por se tornar uma monstruosidade poderosa a ponto de instrumentalizar o Poder Judiciário e condenar e prender inocentes, porque convinha aos operadores principais da operação, que tinham objetivos não propriamente de combater a corrupção do país, mas sim, de ascenderem politicamente e agirem contrariamente à lei e em favor de poderes alienígenas e a serviços do status quo dominante do nosso país, partindo-se então, para a prática reiterada de ilegalidades e se transformando num antro de práticas criminosas, foi nisso que se tornou a Operação Lava Jato. E aí já não poder-se-ia falar em operação de combate à corrupção, mas sim, de uma grandiosa conspiração que se avolumava a cada ato praticado.

       Ao analisar bem a fundo tudo que se passou durante esses anos, para atendimento de caprichos pessoais e de interesses escusos de terceiras pessoas e até aos Estados Unidos, essa operação, tendo à frente essas duas figuras pardas do Judiciário e Ministério Público Federal, Moro e Deltan, levou muitas pessoas à ruina ou causaram danos e prejuízos irreparáveis, a exemplo da condução coercitiva do ex-presidente Lula, do Power Point condenando-o por antecipação perante à opinião pública, a prolação de sentença condenatória pulando a ordem de 242 processos, para antes das eleições prender Lula, como de fato aconteceu, porque ele seria eleito por liderar todas as pesquisas e, hoje o Brasil, está numa situação sem precedentes em sua história republicana.

         Vejam a que ponto Moro e Deltan levaram o nosso país com a “republiqueta de Curitiba”, que essas duas figuras intragáveis criaram, a ponto de promoveram a quebra de grandes empresas da construção civil, quando se sabe que noutros países, quando a instituição privada pratica algum crime, primeiro a se proteger, é a empresa e consequentemente, os empregos, o que não ocorreu com a ação desses criminosos, onde foram desempregados mais de 200 mil famílias e com isso, o país ficou mais pobre e o desemprego aumentou. De quebra, em flagrante ilegalidade, se mancomunaram por conta deles mesmos, com o FBI americano para prejudicar o Brasil, o que se configura em crime de traição, além de tentaram se apropriarem de mais de dois bilhões de reais da Petrobrás, sob a balela amarelada de criarem uma instituição para o próprio Ministério Público administrar, ao arrepio da lei. Foi isso que representou essa malfada operação, apelidada de Lava Jato.

       Então minha gente, o que o Judiciário e o Ministério Público fizeram ao Brasil, através das figuras pardas de Moro e Deltan, em nada enobrece a vida pública do país. Pelo contrário, só tem mesmo a manchar essa capenga Justiça e esse desmoralizado “quarto” poder em que se arvora o Ministério Público brasileiro, quando na realidade, ninguém cumpriu as letras frias da lei. Apenas foram reles serviçais de seus senhorios e interesses escusos dos poderosos de mando ocasionais. A história demonstrará com certeza, que eles foram o lixo desse inominável período.

      Por essa razão, a nota do Ministério Público elogiando a atuação de Deltan Dallagnol, em nada tem de enobrecedora, porque só comprova o corporativismo de um poder que ao invés de punir um de seus membros por reiteradas práticas criminosas, como bem restou demonstrado pela Vaza Jato, adiou por 42 vezes um processo que pedia a punição do procurador por conduta incondizente com o cargo para o qual foi investido no poder público da república. É pura falta de vergonho e decoro.

       Só se pode concluir que esse Ministério Público na verdade, é mais uma das vergonhas do organograma institucional preconizado pela Constituição de 1988, que além das mais de 100 emendas já implementadas, deveria ser inserida mais uma no sentido de acabar de vez com a vitaliciedade de cargos, a inamovibilidade e irredutibilidade de salários dessas pessoas que ocupam cargos de magistrados, procuradores, promotores de justiça, ministros e da magistratura de um modo geral, isto porque, nada tem de republicano.

Compartilhar:

Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

Conteúdo sugerido...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.