Quando um novo março vier em pleno século XXI

Bolsonaro - um novo março no século XXI

Não se trata absolutamente de mau agouro não senhor!, mas estão sendo criadas condições reais e iminentes para que se implante no Brasil uma nova ditadura militar mesclada com interesses das classes mais abastadas e de ocupantes privilegiados de algumas instituições, pelo que se pode observar no andor da carruagem, com essa pregação revanchista, apropriada para todo e qualquer candidato a ditador, que está sendo pregada pelo líder máximo da Nação Brasileira.

Quando uma pessoa chega a ocupar o cargo que ocupa e age bem pior do que um mero vereador de uma cidadela interiorana dos grotões brasileiros, já dá para entender que de boas intenções o Inferno está repleto, e é isso que está acontecendo neste país em pleno Século XXI, com essa guinada direitista que vem dominando parte do mundo democrático e isso não é nada alvissareiro para uma população que tenta arquejando se firmar como uma democracia moderna ocidental, porém pelo visto, o buraco é mais embaixo depois que essa nova forma de pensar e agir veio a dominar os atuais mandantes e grande parcela desinformada de nossa gente.

Vejo com tristeza quando uma pessoa diz que na época da ditadura as coisas eram bem melhores. Das três coisas, uma: primeiro, certamente o sujeito que assim afirma, ou não viveu pelo menos parte do regime de exceção ou não nasceu nesse período; segundamente, pelo visto, nada sabe de história e teima em nada saber, achando por bem permanecer com a sua tosca visão do que realmente foi àquele dantesco e horripilante período de um regime de força em que impunha na marra, atropelando todos os ditames legais, para poder manter um poderio de força na base das botinas, das baionetas e dos canhões e, em terceiro lugar, é porque tem uma mentalidade doentia mesma. Era esse o regime que ainda cheguei a conhecer e também por ler sobre a nossa história, jamais iria querer a volta de um novo “março ou golpe de primeiro de abril de 1964”. Sei o que foi viver nesse período de mais de duas décadas de escuridão e só quem não viveu ou não tem interesse em saber como o foi, é que teima em destilar suas opiniões enviesadas e desmerecedoras de credibilidade, porém que dá um certo temor em alimentar de que esse período fora melhor, quando na realidade nada disso é verdade.

Os acirramentos, o clima de ódio, de medo, de intolerância, estão ficando cada vez mais alterados e isso não é um bom presságio para que o pior possa vir a acontecer, isso porque o próprio líder máximo que está assentado no poder central, é o primeiro a justamente estimular tudo que é de pior no ser humano que tem uma visão distorcida e tosca de mundo e isso não é nada positivo, porque poderá haver uma nova repetição de um novo março e, com toda certeza, haverá uma nova reação violenta da mesma forma igual a ação que estão colocando na mentalidade de cada um dos partidários desse títere que colocaram no poder.

Conclusivamente o que posso dizer nesta minha fase de vida, é que esse tal de Bolsonaro, que por um grande deslize e imbecilidade da população, chegou a alçar o poder, está colocando o país no precipício e quem vai perder na verdade é a população, sobretudo os mais fracos, desassistidos e oprimidos, entre os quais, uma parcela apoia um indivíduo ainda o apoia, sem saber como e para que, porque na verdade ele está prestando um desserviço passível de cassação de seu próprio mandato ao povo brasileiro, o que seria imprescindível, antes que um novo março apareça com força suficiente para nos colocar numa nova escuridão e com certeza novos organismos armados clandestinos vão surgir, para combater qualquer que venha a ser um novo regime de exceção.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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