Provas são intocáveis

Quem milita na área advocatícia há algum tempo, tem conhecimento real de que as provas, por mínimas ou desimportantes que num primeiro momento, venham a ser consideradas, são intocáveis para pessoas que não tenham a responsabilidade pelo curso da investigação.

No caso do presidente da república e sua família, como é que ele nessa condição, recolhe provas que supostamente vem a incriminar ele mesmo, algum membro de sua própria família, ou até mesmo todos eles, como estruturados, cérebros, mandantes da execução de um crime, como o da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, que a polícia com certeza já sabe quem foi, só que, esbarram justamente na condição de se deparar em pessoas que se acreditam blindadas e por essa razão, não podem ser envolvidas num ato criminoso como o da vereadora.

A questão de pegar as provas das gravações das conversas do porteiro e membros da família do presidente, é algo gravíssimo no curso de uma investigação e aponta convictamente que o interlocutor principal é justamente quem está escondendo provas, recolhendo-as para que não venha às mãos de quem tem a responsabilidade de investigar, à público, podendo ainda, junto com um conluio de outras pessoas e autoridades, forjarem contraprovas para justamente buscar eximir alguém de culpabilidade, quando tudo isso vai se formando uma bola de neve cada vez maior, que tende a se derreter num determinado momento e o verdadeiro culpado ou culpados por um crime brutal venham a ser descobertos ou então, autoridades poderosas podem dar outro direcionamento aos fatos e nada realmente chegar à tona, a não ser ficar intricado no ar de mais um grandioso crime não solucionado ou devidamente esclarecido, porque no caso específico da vereadora carioca, Marielle, tudo faz crer na realidade, de onde partiu a ordem para eliminar a incômoda política do Rio de Janeiro.

A gente que vive no meio jurídico, que militar há um determinado tempo nessa seara peçonhenta, sabe perfeitamente da importância da preservação de uma prova, seja ela qual for. Até um mínimo detalhe é importante para ajudar no desvendamento de um crime, a não ser quando se tenta falsear fatos, cenas e dar outro rumo às investigações para justamente tirar da reta os verdadeiros culpados da responsabilidade por um crime que chegou a ganhar repercussão mundial, como o da vereadora.

Quer queira ou não, todos os indícios, indicativos, levam a crer que na verdade, quem está querendo ou tendo interesse em se blindar de provas, com toda certeza é porque de alguma forma tem algo de muito sério a ver com o crime perpetrado barbaramente contra a vereadora e os que com ela se encontravam no seu veículo no momento em que ocorreu o fato criminoso. Esta é uma verdade que não quer calar de jeito nenhum!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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