Enquanto Muitos Morrem, os Cínicos Tiram Vantagens!

Enquanto não houver um controle da pandemia, jardins de mortos vão ser plantados mundo afora

É deveras lamentável o quadro de estupidez em que se vive no mundo, especialmente no Brasil. Para uma determinada claque social, pouco importa a quantidade de pessoas que venham a morrer por conta da maior crise sanitária do século, porque para essa gente, o que importa mesmo é obter indevidas vantagens e lucratividade, embora corpos venham caindo de um lado, do outro, atrás e na frente.

            A situação em face da pandemia, tem provocado sérias e inapagáveis consequências na vida das pessoas. Existem famílias que perderam e vão ainda perder, não somente um ente querido, mas até toda família pode ser varrida do mapa, e ainda aparece determinados cínicos, que acreditam que a vida deve continuar na sua normalidade. Tem que ser muito cinismo para ter que observar esses tipos de atitudes e suportar, porque convenhamos, tudo na condução dessa lastimável crise sanitária, vem sendo conduzida de forma errônea e por isso mesmo, é que tantas vidas estão sendo perdidas para sempre e a economia afundando. Economia pode se dar um jeito.

            Muitas dessas pessoas, por insensibilidade humana, insensatez, mau-caratismo ou falta de amor ao próximo, não estão nem aí para pessoas que tombam diariamente, só sentido a dor na própria alma, quando alguém do eito de algumas delas, vem a ser atingido pela morte implacável, que em muitos casos, não isenta ninguém.

            Não interessa a classe social, a idade, a cor da pele, a condição de vida, quando o minúsculo invisível contamina alguém com intensidade tal, que esfacela o organismo humano, principalmente afetando por completo as vias respiratórias, não se tem uma escapatória. Muitos profissionais da medicina prescrevem qualquer medicação, muitos porque acreditam que esse ou àquele princípio ativo medicamentoso age para recuperação do paciente, quando sequer existe comprovação científica; outros se valem de outros meios de tratamento, até da chutometria médica, mas no frigir dos ovos, se determinado organismo humano não reagir, vem a intubação e aí sim, o contaminado vai estar em maus lençóis, porque vai se defrontar a um passo da morte.

            É claro que a economia vem sendo afetada de forma brutal, vindo o dilema, como é que vai ficar a situação do país: trabalhar, não se prevenir, não se isolar para não se contaminar, ou se contaminar, gerar renda, empregos, ou aguardar que tudo volta à normalidade e tudo volte aos seus devidos lugares!?

            Estamos vivendo uma dicotomia entre aprender a conviver com a pandemia, fazer de conta em levar uma vida normal ou voltar todo mundo a ativa, vir a morrer da pandemia, pelo menos parte da população ou morrer de fome, que já está grassando os deserdadas da sorte e, sem trabalho, como se manter e a família?

            Indubitavelmente, a questão à olhos vistos, é preocupante, porque ninguém pode esperar a morte chegar, sem que haja renda, trabalho para as pessoas, e, por outro lado, o ajuntamento de aglomerados, só vai mesmo piorar a situação e o colapso de contaminados vai continuar a todo vapor. Será que vamos nos tornar numa realidade da ficção refletida no seriado americano The Walking Dead?

            Seremos nós uma população de mortos-vivos ou de vivos-mortos tão-somente com a boca escancarada, como dizia o saudoso Raul Seixas, esperando a morte chegar, de uma forma ou de outra, nesse caso em especial, de forma abreviada, como está acontecendo.

            A questão maior a ser guerreada, é o fato de que está difícil viver neste mundo dessa maior crise sanitária do século pela qual já enfrentamos.

            Pior é o fato de que, enquanto corpos caem inertes de todos os lados, os cínicos não estão nem aí e tratam de tirar disso vantagens, não imaginando eles que talvez venham a ser as próximas vítimas da pandemia!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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