Em 1964, dado o golpe, vindo o regime de força, como não haver reação?

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Infelizmente, para quem certamente não tem conhecimento da história, nem a de seu país, quiçá a mundial, Bolsonaro demonstra a cada dia que passa, o seu extremado despreparo para governar este país, fazendo declarações estapafúrdias, fascistas, de preconceito, racismo, incitamento ao ódio e trazendo como consequência mais violência e ódio para nossa população.

É deveras lamentável e preocupante que um sujeito que age e pensa dessa natureza, chegou a ser eleito presidente deste Brasil, porque sinceramente, a maioria de nosso povo não merecia um mandante máximo na Nação tão despreparado e desajustado psíquica, emocional e moralmente, quando o tal do Jair Messias Bolsonaro. Nome bíblico para uma grande parcela dos evangélicos, mas que na verdade, para os crentes de verdade e que acreditam na existência de Céu e de Inferno, esse senhor não passa mesmo do demônio renascido das cinzas mais profundas para atanazar a vida do povo brasileiro como vem acontecendo.

A cada semana ou dia que passa no exercício do mandato, sempre se sai com cada uma bem pior do que a anterior. Não tem capacidade para liderar um país como o nosso com as suas tantas diferenças regionais e até mesmo locais que existem, sobretudo no mundo moderno e de uma sociedade que não pensa ou age da mesma forma que àquela da Idade Média. As suas pérolas são cada vez mais dantescas e preocupantes à cada palavra que exala para emitir a sua opinião, é como se houvesse aberto uma fossa de acumular dejetos, porque só aumenta a fedentina, a indignação, o ódio, a revolta e o fosso da ideia de secessão de nossa gente, com a intolerância e o preconceito que ele vem pregando e como lide máximo, jamais poderia vir a fazê-lo sob pena de se entrar num imbróglio cada vez mais enroscado diante de uma população cada vez mais perplexa. Certamente ele teve um trauma muito marcante em sua infância e adolescência que só Freud poderia explicar.

Ora chegar ao ponto de falar no golpe de 64 perpetrada à força pelos militares contrários à democracia e tratar com menosprezo e desdém os que foram presas torturadas, massacradas impiedosamente e muitos sumiram e até hoje ninguém sequer encontrou os restos mortais de seus familiares, como fez com o Presidente da OAB Federal, Felipe Santa Cruz, tratando o seu pai com deboche por ter sumido na época da ditadura, é abrir uma ferida de um período de exceção, que parte do povo brasileiro abomina e não quer mais de volta. Falar com deboche e desdém da crueldade praticada contra diversas famílias naquela época, é uma grande falta de respeito por parte de um presidente da república, só vindo mesmo a comprovar que ele torce e quer implantar uma nova ordem ditatorial comandada por ele, como fez Hitler na Alemanha por volta da década de 30 para 40. Na verdade, ele calado prestaria um melhor serviço ao país e melhor ainda, se perdesse o imerecido cargo de presidente, pelo seu destempero, o seu psiquismo extremado de ódio e de um psicopata diagnosticado que sempre foi, não servindo, destarte, para governar este país.

Não sabe ele, que sempre foi adepto do regime militar e no seu sentimento em legitimar esse execrável regime, quando aplaude reconhecidos torturadores e títeres monstrengos, de que na verdade toda ação corresponde a uma reação, como em 64 quando os militares tomaram o poder à fórceps, implantaram um regime de força e esperavam o quê da população? – Buquê de flores! – De forma alguma! – O que tinha que ser feito foi a reação armada, só que, por ser inábil e sem apoio popular, não chegou a ser suficiente para virar o jogo e derrubar o regime que nos colocou por mais de duas décadas na escuridão. Quem não concordar, então que faça uma viagem na história e analise as duas versões. Se possível converse com quem viveu esse período, como eu cheguei a vivê-lo e não tenho a menor saudade. Então esse cara tem que ter um basta de vez, porque pelo que se pode notar, pode nos levar para uma armadilha ainda bem mais complexa e aí já não se terá mais o que fazer. Reflitam!

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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