Dois Grandes Referenciais de Buíque Se Foram

Indiscutivelmente, dois grandes referenciais buiquenses se foram para nunca mais voltar. Primeiro foi “Seu” Sátiro Queiroz de Azevedo (Sei Satiro, Satilo, Sátiro, como popularmente o chamavam). Logo depois, no dia de ontem, chegou a vez de pegar o último trem, “Seu” Antônio Alves de Oliveira, mais conhecido como “Seu Antõe de Mariqueita”.

O que havia de comum entre os dois, era justamente a integridade, a honestidade e honradez que fizeram questão de ser enquanto em vida, porque foi desse jeito que se comportaram desde que iniciaram os seus pequenos comércios, no ramo de miudeza e ambos criaram com a mesma retidão de caráter as suas famílias. Eram pessoas do bem. Os conheci desde molecote de calças curtas.

Em minha vida nunca ouvi falar em nada de errado dos dois. Sempre souberam se conduzir dignamente em suas vidas e honraram muito bem em nossa terra, os seus nomes. O que mais me ligava a eles, não somente eu, mas meu irmão Miltinho, Milvernes e meus familiares, era o fato de que, o comércio dos dois, na Praça Major França, ficava ladeado do Arizona Bar, de propriedade de meu irmão e cuidado por mim, por ele e por Milvernes, e isso nos marcou muito, porque por muito tempo fomos vizinhos e nunca tivemos nada contra nenhum deles. Sempre foi motivo de orgulho para nós ter o nosso negócio entre as “miudezas” deles.

Na questão de “Seu Antônio” Mariquita, tive maior ligação com a família dele, sem deixar de lado a família de “Seu” Sátiro, porque trabalhei junto com um filho dele no Bandepe, Pedro Alves de Oliveira, mais conhecido como “Pedro Mariquita” até os dias atuais. Dessa convivência sempre participamos de praticamente todas as farras que fazíamos nos finais de semana com os demais colegas bancários e isso fez com que criasse uma ligação mais aproximada com a família “Mariquita”, inclusive me tornando compadre de Pedro, que era padrinho de meu querido e amado filho, Hémerson Modesto, de tão estreita que era a nossa convivência. Sempre convivíamos nesse elo na casa de um ou de outro nas nossas brincadeiras em que juntávamos muitas outras pessoas amigadas daqui mesmo de Buíque.

Com o passar do tempo, cada qual tomou o seu rumo. As coisas mudaram, mas nem por isso, deixei de ter uma imensa consideração pela família e por isso mesmo, é que o sentimento deles é o meu sentimento, como é também de meus demais familiares.

No frigir dos ovos, o que posso dizer, é que Buíque perdeu dois grandes referênciais de nossa história que merecerem realmente todas as honrarias e homenagens póstumas, pela integridade, honradez e honestidade com que viveram. Seu Sátiro, faleceu também recentemente com mais de cem anos de idade e, Seu Antônio Mariquita, com 92 anos. Eles partiram, porém o que deve ficar como lição de vida para os seus e os membros da sociedade buiquense é o seu rico legado de retidão de caráter que deixaram como lição de vida, coisa difícil de se encontrar em tantas pessoas que vivem no mundo atual, esta é a verdade que tinha a dizer nesta ocasião.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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