Depois do Cod-19 Busque Valorizar a Vida!

Numa das estrofes de uma música e letra do grande Tim Maia, “Não Quero Dinheiro”, ele diz o seguinte: De jeito maneira não quero dinheiro/Quero amor sincero/Isto é que eu espero/Grito ao mundo inteiro/Não quero dinheiro/Eu só quero amar. Trata-se de uma das mais belas e inspiradoras músicas desse grande cantor que se foi e de quem era seu fervoroso fã.

Noutra instigante letra do sábio e filósofo, Raul Seixas, a quem deram o epíteto de “Maluco Beleza”, ele escreveu uma letra que está mais para uma premonição realística do que ora está acontecendo, aonde em uma de suas estrofes ele escreveu: O empregado não saiu pro seu trabalho/Pois sabia que o patrão também não tava lá/Dona de casa não saiu pra comprar pão/Pois sabia que o padeiro também não tava lá/E o guarda não saiu para prender/Pois sabia que o ladrão, também não tava lá/E o ladrão não saiu para roubar/Pois sabia que não ia ter onde gastar. Raul Seixas, que fazia parceria com o mundialmente reconhecido escritor Paulo Coelho, era mais um rebelde de sua época, que escrevia o que vinha de dentro de sua inspiração criativa e colocava seus sentimentos para fora através da poesia e da música.

Muitos até acreditam que ele previu a pandemia do coronavírus por essa música. Exageros à parte, mas na realidade, o “Maluco Beleza”, inegavelmente, tinha uma grande genialidade ao escrever e cantar os seus próprios males da vida e por isso mesmo, partiu cedo, porém sem antes, deixar um grande legado no mundo da arte. À bem da verdade a sua música, como alguns sugerem, nada tem a ver com a previsão dessa catástrofe anunciada, mas que na verdade semelhanças podem existir, porque o poeta sonhava justamente com o invisível o que vinha a lhe preencher a imaginação criativa.

Estamos vivendo um momento, indiscutivelmente, de medo, disto ninguém tem a menor dúvida. Se o bicho já era grande de início, apesar de invisível à olhos vistos, está cada vez mais se tornando monstruoso a ponto de não caber nos espaços terrestres, se assim viesse presumivelmente a se alastras por todo o Planeta Terra. Pelo menos é nisso que estão fazendo com que acreditemos, porque se o bicho for como se pinta, a coisa realmente não é para brincadeiras, por isso mesmo, é que está surgindo um pontinho na vida de toda pessoa, de que a valorização da vida é mais importante do que tudo que existe.

Por isso, se aleatoriamente Raul Seixas fez uma previsão catastrófica sobre o “Dia em Que a Terra Parou”, realmente esse dia chegou de verdade, porque estamos realmente parados e enclausurados em nossas próprias redomas em que nós próprios nos metemos e aí chega a um momento, como bem disse Tim Maia em sua música, em que dá o seu grito de que o dinheiro pouco importa, mas sim, o amor, a liberdade e a vida.

Há de se acreditar que nada neste mundo pode ser em vão enquanto vida tivermos. Tudo que fazemos na vida, pelo menos uma grande maioria dos seres humanos, é visando lucros, dinheiro, bem-estar de cada um, o individualismo tacanha, sem sequer pensar nos outros e quando chega um momento de temor, de terror semelhante ao seriado The Walking Dead, é que realmente as pessoas estão se dando conta de que a vida não vale absolutamente nada e, a partir daí, se dando conta de que esta vale muito mais do que tudo isso que cada um busca ter como objeto acima de tudo, de desejo.

A vida minha gente, deve ser valorizada, porque não é somente viver perseguindo incansavelmente algo, alguma coisa, riqueza, dinheiro, bem-estar, pisoteando outras pessoas, sem se importar com os que sofrem, que deveria ser, e isto está sendo demonstrado no momento atual, em que os estamentos sociais estão nivelados no mesmo patamar, ou será que não? – Será que neste exato momento crucial pelo qual estamos passando, riqueza, bens materiais e dinheiro vale alguma coisa?

Por tudo isso é que, chegou um momento para que a humanidade, e quem pensa ou imagina que é maior do que os outros, façam uma reflexão aprofundada sobre tudo o que está acontecendo e venham de uma vez por todas a perceber que na realidade nada somos e riqueza, bens, dinheiro, não é tudo na vida, mas a vida ainda é a coisa mais importante que temos.

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Manoel Modesto

Advogado, escritor, poeta e presidente da ABLA (Academia Buiquense de Letras e de Artes)

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